Não se percebe o motivo da imensa gritaria que por aí vai, por causa daquela espertalhaça senhora de nome Alexandra Reis (que à semelhança de José Sócrates tem uma licenciatura em engenharia mas não pode praticar Actos de Engenharia, sob pena de cometer crime de usurpação de funções), a quem este Governo permitiu que pudesse meter ao bolso meio milhão de euros, por ter saído da falida TAP. Aqueles 2 milhões de Portuguesas e Portugueses, que votaram no partido socialista e que agora se sentem encornados, não tem porém qualquer razão para se queixarem, porque só por manifesta desonestidade (ou rematada burrice) é que se pode admitir que não sabiam que era exactamente nisso em que estavam a votar, principalmente depois de saberem o que aconteceu com a última maioria do partido socialista. A mim porém este caso não me causa qualquer surpresa, até porque em 31 de Janeiro do corrente ano, logo no dia seguinte às eleições legislativas que deram uma maioria absoluta ao PS, escrevi que “Vão ser quatro anos de festa socialista, sendo evidente que aqueles que tem o cartão desse partido e os seus familiares e amigos tem o futuro garantido”.
Acho especialmente trágico-cómico que se diga que os gestores públicos, como a supracitada senhora, devem ser muito bem pagos pois, alegadamente, as empresas públicas, coitadinhas, tem que concorrer directamente com as empresas privadas. Trata-se apenas de mais uma das muitas mistificações, que foram paridas por um sistema instaurado logo a seguir ao 25 de Abril, que consiste grosso modo em “desviar dinheiro dos impostos para o bolso dos políticos e dos seus familiares e amigos”. A verdade porém é que se de facto as empresas públicas competissem directamente com empresas privadas então teriam de fechar portas quando os prejuízos se tornassem insustentáveis, e assim se fosse a falida TAP já há muito que teria fechado portas. E a prova é que ao contrário das empresas privadas, que abrem falência quando são mal geridas, as empresas públicas (que servem acima de tudo para dar emprego a boys e girls, como a mulher do rico Ministro Fernando Medina, a quem a falida TAP pagou um prémio de 17.000 euros) limitam-se a mandar a conta para o Governo que está (leia-se para os contribuintes), como se percebe bem no caso daquelas empresas públicas, por conta das quais os Portugueses andam a pagar milhares de milhões de euros em Swaps com juros escandalosos superiores a 100% https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/12/estado-portugues-paga-milhares-de.html
PS – O Expresso revelou na sua última edição semanal, uma noticia choque, com o título “SNS utilizado para turismo médico grátis”, e que ajuda a perceber porque motivo o orçamento da saúde, que muito embora, aumente de ano para ano, e já vai em quase 15.000 milhões anuais, ainda assim, não chega para as encomendas, pois muito estranhamente anda a suportar gastos efectuados por turistas, inclusive de países ricos, que vem a Portugal unicamente para buscar medicamentos (caros) de borla. No mínimo dos mínimos, isto significa que é muito injusta a classificação de Portugal no ranking dos países mais generosos do mundo (World Giving Index-2022), onde o nosso país, muito embora seja o 39º mais rico, possui apenas 17% da população que fez donativos em dinheiro, pelo que não consegue aparecer entre os 100 países mais generosos do Planeta. Porém tendo em conta a forma como os contribuintes Portugueses (aqueles 55% que pagam IRS) sem o saberem andam a pagar medicamentos caros a turistas estrangeiros, devíamos exigir que o referido ranking melhorasse substancialmente a nossa classificação, para ficarmos ao mesmo nível da Dinamarca, aquele generoso país onde 55% fizeram donativos em dinheiro.