Como reverter a crise de eficiência na investigação e desenvolvimento em Portugal?

https://www.publico.pt/2025/06/22/ciencia/opiniao/reverter-crise-eficiencia-investigacao-desenvolvimento-portugal-2137038

Sobre o extenso artigo, de um catedrático do Técnico (também líder de grupo no INL) hoje publicado na página 26 do jornal Público, acessível no link supra, oferece-se-me apenas dois breves comentários:

1º – Não se percebe porque é que na comunidade académica haja quem ingenuamente aceite servir de peão no jogo político de defender (aquilo que o rigor científico não permite), que o nível de investimento total da ciência em Portugal é de 1.7%. Já que a única certeza que é possível ter, em termos de despesa em investigação no nosso país, é a respeitante à parcela pública, que não vai além de um valor miserável de 0.3% do PIB https://pachecotorgal.com/2025/05/31/portugal-mais-prospero-ou-mais-pobre-as-duras-licoes-do-livro-sobre-o-investimento-portugues-em-ciencia/

2º – A proposta do autor, tendo mérito, por conta daquilo que escrevi no post com data de 25 de Abril do corrrente ano, https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/04/sera-que-aumentar-actual-inflaccao-de.html  dificilmente conseguirá, como ele alega, reverter “a crise de eficiência na investigação e desenvolvimento em Portugal“, pois o nosso país possui um problema, que não existe em muitos outros países e que não se resume a uma questão de nível de investimento, pelo que mesmo que por altamente improvável, o Governo decidisse duplicar ou triplicar o investimento público em ciência, isso não seria suficiente para desbloquear o referido problema  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/04/a-critical-commentary-on-recent-study.html

A tragédia de milhões de recém-diplomados sem trabalho e os Engenheiros que valem muitos milhões

https://pachecotorgal.com/2025/05/27/pessimas-noticias-para-recem-diplomados-relatorio-mostra-que-dezenas-de-milhoes-de-empresas-preferem-apostar-na-i-artificial/

No final de Maio divulguei no post acessível no link supra, um relatório com péssimas noticias para recém-diplomados (com excepção da área da engenharia civil, Bastonário dixit), eis porém que a conhecida revista The Economist, acaba de divulgar um artigo sobre a mesma problemática com um título muito esclarecedor “Porque é que os recém-diplomados estão lixados”  https://www.economist.com/finance-and-economics/2025/06/16/why-todays-graduates-are-screwed

Ironicamente, ontem, a mesma revista noticiou que o dono da empresa criadora do ChatGPT se queixou que lhe querem roubar os seus valiosos Engenheiros, com propostas de emprego alucinantes que chegam a quase 100 milhões de dólares.

PS – Em Dezembro de 2019, divulguei a explicação de um conhecido catedrático jubilado belga, sobre o facto dos futebolistas ganharem muito mais do que os cientistas de topo, felizmente que bastaram apenas poucos anos para assistirmos a um fenómeno inédito, Engenheiros a valerem mais do que muitos futebolistas de topo.

Quantifying Integrity: The Shortcomings of the Novel Research Integrity Risk Index

A recent article in Nature examines the Research Integrity Risk Index (RI2), as proposed in a June 2025 preprint, which is designed to draw attention to institutions where the imperatives of publication volume and ranking advancement may inadvertently compromise the rigor and reliability of scholarly output. By quantifying the proportion of an institution’s publications that have been retracted or that appear in journals subsequently delisted from major indexing services such as Scopus and the Web of Science the index assigns universities to a spectrum of risk categories, ranging from minimal concern to a “red flag” designation indicative of potential systemic vulnerabilities. https://www.nature.com/articles/d41586-025-01727-3

However, as previously argued in a 2021 post, the phenomenon of article retraction encompasses a broad continuum of underlying causes, which differ markedly in their implications for research integrity. Some result from relatively minor issues—such as lacking formal permission to reproduce an image, failing to disclose a potential conflict of interest, or an author withdrawing mid-process but remaining listed—while others stem from serious misconduct like data fabrication or falsification. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/01/a-universidade-portuguesa-campea-de.html 

Therefore, an integrity index such as the RI2 that treats all retractions uniformly—without distinguishing among their underlying causes or the extent of their impact on the scholarly record—risks generating misleading assessments of institutional performance. By failing to account for the severity or context of each withdrawal, it may unfairly penalize institutions with numerous low-severity retractions while allowing those with few but serious cases of misconduct to escape appropriate scrutiny.

PS – As I also noted in my 2021 post, the well-known MIT defines serious research misconduct as fabrication, falsification, plagiarism, or deliberate interference—explicitly excluding honest error, differences of opinion, authorship disputes, and self-plagiarism. Therefore, databases such as Scopus and Web of Science should urgently implement a distinct retraction category for serious cases of misconduct, enabling better tracking of institutions with higher rates of retractions that significantly undermine scientific integrity.

Cientistas da Dinamarca e da Alemanha ajudam a explicar a subida do Chega

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/quem-elegeu-o-andre-ventura.html

Em 2019 (link supra) sugeri que alguns erros crassos cometidos pelo PSD e pelo PS, ajudaram a eleger um fanático benfiquista, como primeiro deputado do partido Chega, e mesmo depois daquele ter passado a ter a companhia de várias dezenas de deputados, continuei a achar que as culpas pela ascensão do partido da mão levantada, radicavam em grande parte no facto do PS e do PSD terem sido incapazes de travar a impunidade dos crimes de colarinho branco (a tal epidemia de corrupção de que falou o Ex-Presidente Ramalho Eanes) que até já incluem juízes, como aquele suspenso de funções por ter sido acusado de cometer crimes, que continuou a receber o vencimento a 100% e ainda subsidio de residência de quase 900 euros por mês, pago 14 vezes por ano ? https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/10/mais-um-prego-no-caixao-da-justica-e.html

Nesse contexto aproveito agora para divulgar um estudo muito recente levado a cabo em 183 países (incluindo Portugal) que mostra que países com elevados níveis de corrupção, desigualdade e pobreza fomentam o desenvolvimento de traços de personalidade “sombrios”, como o egoísmo (maximização de benefícios pessoais mesmo que isso implique o prejuízo de terceiros) e a psicopatia https://www.pnas.org/doi/10.1073/pnas.2500830122

A parte irónica é que o partido Chega não tem nenhuma receita milagrosa para combater a corrupção, pelo que mesmo que por absolutamente improvável, o Chega um dia se tornasse Governo (o que automaticamente traria a Troika de volta a Portugal) a corrupção iria continuar, até pelo facto do programa daquele partido não conter nenhuma medida para combater os off-shores, onde os corruptos guardam o dinheiro que roubaram e roubam em Portugal. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/pilhagem-evasao-fiscal-bombas-bosta-e.html

Felizmente porém que a hipótese do Chega ganhar eleições legislativas neste país é extremamente reduzida (ou quase nula), pois o resultado que aquele partido teve no Algarve e Alentejo, as duas regiões onde curiosamente e acima de tudo se valoriza o fascismo e o tal jogo dos pontapés e das cabeçadas, as mesmas regiões que segundo uma sondagem da revista Sábado, colocaram o Salazar e o Ronaldo como sendo os Portugueses mais importantes dos 900 anos da história deste país (!!!), muito dificilmente se poderá repetir na região Norte, o motor económico de Portugal, onde a mesma sondagem relativizou o valor do Salazar e do Ronaldo, que felizmente, ficaram muito abaixo, dos lugares do pódio, justamente ocupados pelo fundador da nação Afonso Henriques, pelo Ramalho Eanes, o mais integro presidente desta República e o Luís Camões. 

A receita de um catedrático para aumentar rapidamente os rendimentos dos Portugueses

Em Agosto do ano passado, num post onde critiquei o Governo, escrevi que: “o trabalho é “sagrado” porque dá sentido à vida, de uma grande maioria das pessoas e, portanto, deveria ser fiscalmente taxado o mínimo possível. Menos impostos sobre o trabalho podem estimular a criatividade e a inovação, já taxar o trabalho de maneira excessiva pode desincentivar o esforço e, em última instância, minar o bem-estar social. Já a riqueza, ou melhor a simples acumulação de riqueza, originada por investimentos especulativos…possui um valor muitíssimo menor do que os rendimentos do trabalho, pelo que devem merecer uma elevada taxação” https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/08/governo-da-borlas-fiscais-aos-super.html

fico por isso bastante satisfeito por tomar conhecimento do teor de uma longa entrevista, que um  conhecido catedrático de economia, doutorado pela famosa universidade de Stanford, deu ao jornal Público, onde se pode ler: “…Tenho citado o economista dinamarquês Steen Jakobsen que dizia que era incompreensível que Portugal não fosse um país de topo. Ele tem alguma razão. Portugal tem muito boas condições. A boa notícia é que o potencial é grande, a má notícia é que esse potencial não está a ser explorado tão bem como poderia ser… Se eu tivesse agora de pensar numa reforma fiscal em Portugal, diminuiria drasticamente a tributação do trabalho, compensaria isso com um aumento da tributação sobre os lucros das empresas, de uma forma que fosse mais ou menos neutra para a empresa média. Consideraria também seriamente aumentar os impostos sobre a propriedade e talvez até diferenciá-los entre nacionais e não nacionais e residentes e não residentes. Sou totalmente a favor de estrangeiros a residirem em Portugal e comprarem imobiliário em Portugal, mas muitas dessas pessoas não pagam imposto sobre o rendimento, acho que essas pessoas têm de contribuir. https://www.publico.pt/2025/06/07/economia/entrevista/luis-cabral-parte-estrago-politicas-trump-ja-2135965

PS – Relembro que se trata do mesmíssimo catedrático, que há 5 anos atrás, sugeriu uma proposta fiscal radical, na qual os trabalhadores passariam a pagar zero à segurança social, sendo que essa enorme perda de receita seria compensada de três formas, com uma subida do IVA, com um novo imposto sobre o carbono (que penalizaria os mais ricos que são quem produz mais carbono) e ainda com melhorias no sistema de cobrança de impostos, ao nível dos mais ricos, que como ele afirma, actualmente tem formas de fugir aos impostos   https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/09/uma-proposta-radical-para-acabar-com-o.html

Ciência – Quando o silêncio é sinónimo de cumplicidade com o avanço da barbárie

Um conhecido e altamente premiado cientista (Peter H. Gleick) acaba de afirmar num artigo numa conhecida revista científica, que constitui um dever de todos os cientistas, denunciarem publicamente os ataques de Trump contra a Ciência (que um recente artigo na revista The Economist afirmou estarem a tornar-se cada vez mais violentos) criticando aqueles que permanecem em silêncio https://www.nature.com/articles/s41562-025-02240-3

Como é evidente, esse dever é extensivo a todos outros cientistas que trabalham em países onde o poder politico tem muito pouco ou mesmo nenhum respeito pela Ciência, embora haja países, como o nosso, onde o poder politico tem tido essa tarefa bastante facilitada, porque infelizmente tem cientistas publicamente pouco activos, vide acusação feita pelo anterior Ministro da ciência, Manuel Heitor, que relembrei num post que curiosamente, teve e continua ainda a ter um elevado número de visualizações https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/academia-portuguesa-necessita-de.html e é por isso que em Portugal, a despesa pública em investigação, é de apenas 0.3% do PIB, uma percentagem que é actualmente várias vezes inferior à percentagem de despesas militares e que no futuro, inacreditavelmente, será 16 vezes inferior a essas despesas  https://expresso.pt/politica/defesa/2025-05-27-governo-admite-gastos-de-5-em-defesa-o-que-montenegro-dizia-ser-inexequivel-15f29964 

PS – É nestas alturas que os investigadores Portugueses se devem inspirar nas palavras de um conhecido matemático Francês, antigo Presidente do European Research Council, que em tempos apelou ao espírito de combate dos cientistas, contra os cortes do financiamento da Ciência https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/there-are-times-when-scientists-must.html

Aditamento em 6 de Junho – No Expresso, comentado o ataque de Trump contra Harvard, a cientista Maria Manuel Mota, presidente executiva do conhecido Gulbenkian Institute for Molecular Medicine (GIMM), escreveu: “a resposta de Harvard é um lembrete poderoso: a Universidade é – ou deve ser – o coração da sociedade…É onde se pensa. Onde se duvida. Onde se gera conhecimento que salva vidas…É o antídoto contra o autoritarismo, contra o obscurantismo, contra a manipulação.

“The stars made our minds, and now our minds look back”

Douglas C. Youvan, now 70, earned a PhD in biophysics from the University of California, Berkeley in 1981, where he conducted pioneering research in photosynthesis. He later served as an associate professor of chemistry at MIT, specializing in the spectral analysis of photosynthetic bacteria. Over the course of his scientific career, he authored 66 peer-reviewed articles indexed in the Scopus database, the last one was published in 2001.

But then, things took an unusual turn. Starting in March 2023 and continuing through May 18, 2025, Douglas Youvan embarked on an obsessive ResearchGate posting spree. He uploaded multiple entries each day—covering quantum physics, AI, mathematics, philosophy, theology, and ethics—and ultimately amassed an astonishing 3,800 publications.

What makes the story more intriguing is a recent essay in Big Think, where five respected senior scientists — Brian Swimme, Marcelo Gleiser, Alan Lightman, Nahum Arav, and Joel Primack — reflect on how modern cosmology shapes our understanding of meaning, ethics, and human identity. 

In a piece where the word spiritual appears seven times, the tone is unmistakably contemplative. Physicist Alan Lightman—formerly at Harvard and now a professor of the practice of the humanities at MIT—offers an insight worth quoting: “We…are the only way the Universe can observe itself ”

Let´s not forget that several renowned physicists – Heisenberg, Pauli, Schrödinger and even Einstein – spent their later years striving to bridge rigorous scientific work with life’s existential questions that lie beyond empirical proof.

Curiously, a concept proposed in one of Youvan’s recent publications — The Æthervault Nexus — appears to echo many of the same themes, suggesting that meaning emerges through complex phenomena that unite spirituality, cosmology and quantum mechanics.

A mentira é a nova verdade: Assim escreve um catedrático convidado da Nova SBE

https://pachecotorgal.com/2025/05/31/portugal-mais-prospero-ou-mais-pobre-as-duras-licoes-do-livro-sobre-o-investimento-portugues-em-ciencia/

Para lá dos dois artigos mencionados no post supra, o semanário Expresso continha também um artigo bastante interessante, com autoria de um catedrático convidado da Nova SBE, do qual reproduzo o seguinte excerto, que nesse artigo se segue a um alerta de uma investigadora da Universidade de Stanford: “Já não basta relativizar ou distorcer os factos. Propõe-se agora que a própria verdade perca estatuto enquanto critério de validação colectiva…a mentira…é uma edição permanente da realidade feita em nome da estabilidade subjectiva e da coesão simbólica…o falso gera conforto. O que a IA promete é um regresso ao útero simbólico…”

No presente contexto entendo como especialmente pertinente recordar um post anterior de Janeiro de 2024, sobre um singular artigo publicado na conhecida revista The Economist, que alterou para a dificuldade em impedir a falsificação da realidade, num mundo dominado pela IA, o que é suficiente grave para levar a uma alteração significativa da natureza da missão universitária https://pachecotorgal.com/2024/01/27/ai-has-radically-changed-the-core-university-business-shifting-focus-from-teaching-and-publications-to-assessment-curation-and-mentoring/

PS – Hoje mesmo no jornal Público, o antigo Presidente do IST e actual Presidente do INESC, num artigo particularmente oportuno, questiona se pretendemos uma abordagem da IA, que valoriza a supervisão humana, o juízo crítico e a responsabilidade ética (centauro) ou em alternativa uma fusão profunda entre o ser humano e a IA, onde a cognição se torna híbrida, com interfaces cérebro-computador e simulação de mentes humanas em computador (ciborgue). A resposta a essa pergunta é mais ou menos evidente, pois se numa democracia a primeira opção é a única que faz sentido, já nos países onde vigoram sistemas ditatoriais é muito provável que optem pela segunda. 

Portugal mais próspero ou mais pobre ? As duras lições do livro sobre o investimento Português em ciência

https://expresso.pt/opiniao/2025-05-29-abrir-caminho-num-mundo-fechado-o-desafio-da-competitividade-portuguesa-c703a8d1

Na secção de economia do semanário Expresso, um professor da universidade do Minho, antigo Ministro de Economia, avisa que a única forma do PIB de Portugal conseguir convergir em termos europeus requer uma subida do investimento em I&D “de 1.7% para próximo de 3% do PIB, como na Alemanha ou na Suécia”. O problema está porém mal definido à partida, porque os tais 1.7% são uma pura ficção, sem qualquer adesão á realidade dos factos.

Foi isso pelo menos que defendi repetidamente em mais de uma dezena de posts anteriores, ao longo de vários anos, que o valor da despesa Portuguesa total em investigação é uma farsa grotesca, vide por exemplo dois posts de um certo mês de Agosto, de títulos: “O nada surpreendente (mas suspeito) recorde de créditos fiscais por conta de actividades de investigação” ou ainda  “Carlos Fiolhais e as fake news da “pujante” investigação empresarial Portuguesa”

Felizmente para mim (infelizmente para todos nós) é que é também isso que agora se pode concluir da leitura na mesmíssima edição do semanário Expresso num interessante artigo de título Investimento das empresas em ciência é uma “ilusão”, no qual se divulga um livro que será lançado na próxima semana, onde se critica os benefícios fiscais das empresas por conta de investimento em fundos de capital de risco, num montante de quase 2500 milhões de euros. Um tema que abordei num post de 2022 de título “O esquema ardiloso que permitiu que houvesse quem tenha empochado milhões de euros por conta de alegadas actividades de investigação empresarial”

PS – A única certeza que é possível ter em termos de despesa de investigação em Portugal é a da parcela pública, que não vai além de um valor miserável de 0.3% do PIB (com tendência para baixar, vide a recente denúncia de dezenas de unidades de investigação sobre cortes de quase 70%)  e que há uma década e meia atrás, chegou a ser superior a 0.5%, uma situação paradoxal que compromete de forma evidente o futuro do nosso país. Comparem-se esses 0.3% do PIB em despesas públicas em investigação, com o facto deste Governo ambicionar gastar quase 12 vez mais (3,5% do PIB) em despesas militares, valor esse que, pasme-se, até pode subir para 5%, quase como se Portugal estivesse na eminência de ser invadido pela Rússia  https://expresso.pt/politica/defesa/2025-05-27-governo-admite-gastos-de-5-em-defesa-o-que-montenegro-dizia-ser-inexequivel-15f29964

Os médicos salafrários que se aproveitam do SNS para se tornarem milionários

Há algumas décadas atrás a medicina em Portugal não fazia ninguém rico e por conta desse facto essa profissão atraia somente pessoas que realmente gostavam dessa profissão (leia-se missão). De lá para cá porém a medicina mudou muito no pior sentido e agora temos médicos no SNS que conseguem ganhar 50.000 euros num único dia. E como hoje mesmo se ficou a saber através da SIC, aquele não é um caso único, pois haverá afinal muitos médicos a aproveitarem-se do SNS para ganharem fortunas. https://sicnoticias.pt/pais/2025-05-28-video-medicos-contornam-sistema-para-ganhar-mais–ordem-admite-aproveitamento-gestores-hospitalares-pedem-novas-regras-7a9b6fda

E depois ainda temos que passar a vida a ouvir as queixas hipócritas dos sindicatos dos médicos a dizerem que ganham pouco.  Pois ganham, se o seu termo de comparação for o tal médico que ganhou 50.000 euros num único dia, mas se isso fosse verdade não tínhamos em Portugal muitos médicos, quase dois mil, que vieram da Espanha e da Itália, países muito mais ricos do que o nosso. A verdade é que eles nunca viriam para Portugal se fosse para ganharem menos do que ganhariam no seu país https://expresso.pt/sociedade/2019-12-07-Numero-de-medicos-estrangeiros-em-Portugal-e-o-maior-de-sempre-1

Quem sabe, talvez estes escândalos possam ter um lado positivo, o de criarem um ambiente propicio que permita que os hospitais comecem a utilizar algo que os médicos (e o seu Bastonário) odeiam, inteligência artificial, que não só já é utilizada em dezenas de hospitais na China, com resultados bastante positivos, mas também em vários países europeus, como a Espanha, a França, a Itália, o Reino Unido, a Irlanda e a Holanda. Pelo menos a inteligência artificial não sente, como sentem muitos médicos, repulsa pelos doentes. Já para nem falar que um estudo de investigadores Suíços, publicado na semana passada, mostrou que em testes de empatia, vários modelos de IA, mostraram um desempenho muito superior ao de humanos  https://www.nature.com/articles/s44271-025-00258-x

Declaração de interesses – Declaro que nutro desprezo e sinto inclusive repugnância por muitos membros da classe médica, como por exemplo por aqueles que foram mencionados aqui  https://pachecotorgal.com/2023/10/12/apresentacao-de-queixa-e-pedido-de-esclarecimentos-ao-presidente-do-conselho-de-administracao-do-centro-hospitalar-universitario-cova-da-beira/ ou aquelas centenas que foram caçados pela Policia Judiciária, ou aquele que num único ano prescreveu 1 milhão de euros de receitas de forma fraudulenta https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/a-mafia-da-medicina.html

PS – É claro que nem todos os médicos tem como único objectivo de vida maximizar o tamanho da sua conta bancária, há felizmente alguns deles que efectivamemte nasceram para a medicina, como por exemplo este médico aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/04/os-medicos-que-nasceram-para-o.html

Aditamento em 29 de Maio – No seu blogue o catedrático jubilado Vital Moreira escreve sobre o caso supracitado exigindo um inquérito parlamentar e afirmando com toda a razão que: “O SNS não pode continuar ser vítima da sacanice de alguns prestadores de serviços e da incompetência e irresponsabilidade das cadeias de controlo, direção e gestão” https://causa-nossa.blogspot.com/2025/05/sns-em-questao-29-inquerito-palamentar.html