A pífia proposta deste Governo, a incluir no RJIES, que na melhor das hipóteses, levará 18 anos a atingir o resultado pretendido

https://www.publico.pt/2024/12/23/opiniao/opiniao/autonomia-impacto-universidades-politecnicos-2116614

O Ministro Fernando Alexandre, foi ontem autor de um longo artigo, no jornal Público, sobre a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior-RJIES, vide link supra, onde entre outras coisas se pode ler:  “propõem-se regras para combater a endogamia no Ensino Superior. Em particular, as IES não poderão contratar um doutorado da sua instituição durante os três anos após o doutoramento”

Trata-se de uma iniciativa meritória, que ambiciona retirar Portugal do pódio internacional da endogamia académica, onde o nosso país tem a pouca honrosa companhia de países do terceiro mundo​, mas que eu recentemente critiquei por ser de muito fraco alcance​, num post contundente, ácido e irónico, mas muito realista.

​Devo recordar aqueles esquecidos e principalmente aqueles que não o sabem, que o primeiro estudo nacional sobre endogamia académica, que foi levado a cabo em 2016 (por coincidência, apenas alguns meses depois de eu ter sido o primeiro subscritor de uma petição sobre esse grave problema) apurou uma percentagem nacional de 70%, e o último estudo feito em 2022, confirmou que ao longo desses seis anos teve lugar uma redução miserável de apenas 2%, (0.33%/ano), https://wwwcdn.dges.gov.pt/sites/default/files/endogamiaacademica_20212022.pd significa isso, que mesmo que a fraca medida agora proposta por este Governo, conseguisse o improvável milagre de decuplicar essa percentagem de redução para 3,3% ao ano, então Portugal necessitaria ainda assim de 18 anos, para conseguir atingir percentagens de endogamia académica idênticas às de países como a Alemanha e o Reino Unido, que são inferiores a 10%.