“Qualquer projecção matemática permite perceber que, com a combinação diabólica entre a tendência de envelhecimento, os estilos de vida e a prevalência de doenças crónicas desde a infância em Portugal, não haverá sistema que aguente. Não haverá SNS que aguente a pressão de uma população com mais de 60% de pessoas idosas, doentes e a precisar de cuidados crónicos. Se nada for feito, vamos mesmo acabar por ser um país de velhos, gordos e doentes…”
O extracto supra diz respeito a um artigo que ontem apareceu no jornal Público, e teve como autor um médico Português, que andou no Imperial College e em Harvard, que diz o óbvio, que as despesas de saúde no nosso país, se irão tornar absolutamente incomportáveis, se não houver uma aposta na promoção de actividades que reduzam a sedentariedade e os maus hábitos de vida. Revisite-se a este respeito o post sobre a forma como na Finlândia levam a sério este assunto e como aquele país se conseguiu tornar um dos países com menores taxas de sedentarismo em todo o mundo, conseguindo poupar milhares de milhões de euros em despesas de saúde.
Desgraçadamente porém, mesmo que se concretizem as piores previsões do referido médico, não é de todo verdade que o pior que pode acontecer a Portugal no futuro é ser “um país de velhos, gordos e doentes”, o pior que efectivamente pode acontecer a Portugal é ser um país onde milhões se babam pelo Ronaldo e pelos restantes especialistas da cabeçada e do pontapé, e onde não se valorizam e muitas vezes até se ignoram aqueles que os deveriam orgulhar, como por exemplo um conhecido e inspirador médico, autor de um corajoso artigo hoje publicado aqui https://www.publico.pt/2024/10/14/opiniao/opiniao/genocidio-hipocrisia-portugal-2107843
Declaração de interesses – Declaro que em Julho de 2023 já tinha elogiado o referido médico, tendo na altura escrito que ele valia mais do que 500 Ronaldos.