https://www.ft.com/content/8a7b799e-2732-4979-ab49-c5cbf8587ce7
O artigo publicado no Financial Times, link acima, reproduz fielmente o sentimento de muitos Portugueses, que ao mesmo tempo que são perseguidos pelo fisco, por dividas de valores ridículos (há contribuintes que por conta de uma divida de portagem no valor de 1.2 euros são obrigados a pagar 252 euros), assistem incrédulos ao facto de muitos chicos-espertos fazerem desaparecer milhares de milhões de euros sem que ninguém os incomode, nem o fisco nem os tribunais, que curiosamente são muito mais rápidos a meter na cadeia gente que rouba um telemóvel ou até mesmo investigadoras por crimes de injúrias e difamação. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/o-cadastrado-cheio-de-sorte-e-bolseira.html
PS – Ainda relativamente ao email abaixo, mesmo admitindo por absurda hipótese, que Portugal é um país pouco corrupto (deixa-me rir) e que o tal grupo ligado ao Parlamento Europeu, sobrestimou o valor da roubalheira Portuguesa em 1000% e o valor perdido seja afinal dez vezes inferior, ou seja 9000 milhões de euros a cada cinco anos, ainda assim aquilo que o mesmo MP conseguiu efectivamente recuperar para o Estado nesse período foi somente 0.10% do valor total da roubalheira. Como diria o conhecido e corajoso Medina Carreira, não é possível que a democracia no nosso país consiga sobreviver a esta roubalheira permanente.
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De: F. Pacheco-Torgal
Date: sábado, 22/01/2022 à(s) 08:32
Subject: Assim se enganam os (crédulos) Portugueses
O jornal Público puxa hoje para a sua capa uma noticia espampanante, onde se fala de um crescimento de 18 vezes (1800%) dos bens apreendidos pelo Ministério Público-MP, dessa forma se fazendo crer aos crédulos, que neste país há um efectivo combate da justiça à acção danosa dos burlões, vigaristas e corruptos. Nada mais falso porém, pois uma outra leitura do artigo, menos enviesada, permite concluir que se de facto nos últimos cinco anos o valor total apreendido pelo MP ronda 600 milhões de euros, a noticia omite que houve um grupo no Parlamento Europeu que estimou que em Portugal se roubam 90.000 milhões a cada 5 anos, ou seja o MP apreendeu assim um valor miserável que representa menos de 1% do valor roubado à riqueza produzida no nosso país, e essa é que devia ter sido a chamada de capa do referido jornal.
Para piorar a situação, é preciso não esquecer que apreender bens não é rigorosamente o mesmo que os mesmos passem de facto a pertencer ao Estado Português, isso só acontecerá quando houver uma sentença definitiva transitada em julgado, algo que neste país pode levar muitos anos (no processo BES isso levará 50 anos). E tendo em conta as leis amigas de burlões, vigaristas e corruptos, que os senhores deputados andaram a aprovar (ver email abaixo) há pelo contrário um elevada probabilidade do tribunal mandar devolver os bens entretanto apreendidos, bastando por isso apenas lembrar por exemplo as inúmeras vezes em que o juiz Ivo Rosa mandou devolver bens apreendidos pelo MP, como sucedeu quando mandou devolver os milhões ao amigo do Sócrates ou por exemplo aqui https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/juiz-ivo-rosa-devolve-a-criminosos-bens-arrestados-no-valor-de-seis-milhoes-de-euros
Tenha-se presente que o valor efectivamente recuperado pelo MP nos últimos cinco anos foram apenas 9 milhões de euros, 0.01% do valor total da roubalheira.