Universidades e Politécnicos conseguem finalmente igualar a Universidade de Oxford, mas isso ainda é muito insuficiente

A imagem disponível aqui mostra a produção anual percentual de livros académicos de todas as universidades e politécnicos Portugueses, selecionados para indexação na conhecida plataforma Scopus, comparativamente aos livros indexados produzidos na pequena Universidade de Oxford. Os resultados revelam que Portugal necessitou de uma década e meia para conseguir subir de uma percentagem terceiro mundista de apenas 30% até finalmente conseguir igualar a produção daquela conhecida universidade inglesa.  

Quem está de parabéns — como se evidencia no ranking reproduzido abaixo, que apresenta as instituições mais (e menos) produtivas ao longo da última década e meia — são a Universidade de Aveiro e a Universidade do Minho, pois a sua produção ponderada, tendo em conta o respetivo número de ETIs, ultrapassa de forma expressiva os rácios da Universidade de Lisboa e da Universidade do Porto. Estão igualmente de parabéns vários Institutos Politécnicos, que de forma bastante meritória exibem um desempenho superior ao de diversas universidades. E merecem também destaque os professores e investigadores da área da engenharia, cuja produção representa quase 30% de todos os livros indexados.

Tendo, porém, em conta que que a soma de todos os professores e investigadores das universidades e politécnicos de Portugueses é mais do dobro do número de professores e investigadores da universidade de Oxford, isso significa que as universidades e politécnicos Portugueses, tem a “obrigação” de conseguir produzir o dobro dos livros indexados produzidos por aquela universidade inglesa (vide excepção mencionada no post scriptum), nem que para isso seja preciso esperar mais uma década e meia. Para o efeito, é necessário que, dediquem menos energias a publicações avulsas, de relevância e impactos nulos, que como demonstrei em posts anteriores, já produzem em notório excesso.  

Ranking de produção total de livros indexados entre 2010 e 2024

1 – U.Lisboa…………..404 

2 – U.Aveiro……………269

3 – U.Minho……………239

4 – U.Porto…………….234

5 – U.Nova…………….195

6 – U.Coimbra………..194

7- ISCTE……………….101

8 – I.P.Porto……………..64

9 – UBI……………………51

10 – U.Évora……………48

11 – U.Católica…………46

12 – UALG………………42

13 – IPCA………………..37

14 – UTAD………………32

15 – U.Aberta…………..26

16 – I.Pol. Leiria……….25

17 – U.Lusófona……….23

18 – I.Pol. Coimbra…..16

19 – U.Madeira………..15

20 – I.P.Setúbal………..13

21 – I.P.Bragança……..13

22 – U.Açores………….13

23 – I.P.Lisboa………….11

24 – I.Pol. Viseu……….10

25 – I.P. V. Castelo……..9

26 – I.Pol. Portalegre….5

27 – I.Pol. Tomar………..5

28 – U.F. Pessoa………..5

29 – I.P. Guarda…………5

30 – I.P. C. Branco……..5

31 – I.P. Beja……………..2

PS – Quando se olha apenas para os livros indexados, produzidos nos últimos três anos, na área da I.Artificial (amostra essa que não por acaso é liderada pela universidade do Minho) constata-se que as universidades e politécnicos Portugueses já conseguem duplicar a produção da universidade de Oxford, mas essa honrosa excepção talvez se fique a dever à hipótese que formulei num post destinado somente aos meus muitos leitores estrangeiros https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/11/the-deepening-roots-of-portuguese.html