A U.Lisboa divulga no seu site que é hoje “a universidade mais empreendedora de Portugal”, (vide notícia acessível no link supra) baseando essa afirmação no facto de aquela ter gerado mais de 1000 startups. Mas se levarmos em linha de conta que a maioria das startups não passam de iniciativas falhadas que desaparecem ao fim de poucos anos, pois não conseguem gerar receitas suficientes nem muito menos captar qualquer investimento, aquilo que realmente pode aferir da capacidade empreendedora de uma instituição é antes o valor médio do montante de investimento efectivamente captado pelas suas startups, que dessa forma demonstram uma capacidade bastante maior de transformar conhecimento em valor económico, revelando processos de incubação, mentoria e transferência de tecnologia mais robustos e eficientes.
Assim apresenta-se abaixo o rácio do maior investimento médio captado por startups, de 10 instituições de ensino superior, onde a ULisboa só consegue aparecer em 8º lugar, com um desempenho apenas ligeiramente melhor do que o Politécnico de Leiria. Na lista merece destaque pela positiva o Politécnico do Porto, cujo desempenho envergonha várias universidades, incluindo a própria universidade de Lisboa. Os rácios foram calculados utilizando os valores que recentemente foram apresentados no ficheiro disponibilizado aqui https://startupportugal.com/wp-content/uploads/2025/11/Portugals-Entrepreneurial-Universities-Ranking25.pdf
1º – U.Nova…………..22 milhões € de investimento médio captado por cada startup
2º – U.Coimbra………20
3º – Pol. Porto……….19
4º – ISCTE……………17
5º – U.Minho…………14
6º – U.Porto…………..12
7º – U.Católica………12
8º – U.Lisboa………..11
9º – Pol. Leiria………..8
10º – U.Aveiro………..8
Talvez seja chegada a hora das universidades e politécnicos nacionais mais competitivos, copiarem o que se faz numa das melhores universidade europeias, que integra o pódio juntamente com a Univ.de Oxford e a Univ. de Cambridge, no ranking de produçáo das startups mais valiosas (vide relatório Deep Tech 2025), universidade essa que concede licenças sabáticas de 1 ano, aos seus professores e investigadores, que se queiram dedicar à criação de startups https://pachecotorgal.com/2025/04/19/sera-que-os-estudantes-de-engenharia-da-universidade-do-minho-pretendem-tornar-se-empreendedores-um-caso-de-estudo/
PS – O contexto supra revela-se particularmente oportuno para evocar o artigo de título “Investimento em Ciência e Prosperidade”, da Directora do novel e ambicioso centro de investigação GIMM, que conta com mais de 700 colaboradores, onde aquela afirmou que “a ciência é o melhor investimento que uma sociedade pode fazer” https://expresso.pt/opiniao/2025-11-06-investimento-em-ciencia-e-prosperidade-464085e6
Aditamento em 14 de Novembro – A Vice-Reitora da Universidade do Porto para o empreendedorismo, revelou ao semanário Expresso que naquela universidade há alguns professores que já criaram mais de uma dezena de empresas. E embora não tenha revelado o nome deles, acho muito provável que um desses professores seja o catedrático nada modesto que mencionei aqui https://pachecotorgal.com/2024/01/25/catedratico-nada-modesto-classifica-de-mediocre-a-estrategia-do-governo/