A Prioridade Estratégica de Desenvolver Polímatas para Conseguir Integrar Ciência, Inovação e Sustentabilidade

Num post anterior de Janeiro do corrente ano que agora está prestes a terminar, divulguei um livro de um conhecido investigador alemão Ulrich A.K. Betz. Nesse post mencionei também um admirável artigo do mesmo investigador, com co-autoria de investigadores das universidades de Harvard, Cambridge e Oxford, no qual se previa que a IA Generativa poderá dar inicio a uma nova idade de ouro para os polímatas.

Nessa sequência entendo importante divulgar um recente e interessante artigo de dois investigadores Norte-Americanos, que foi publicado na revista científica Patterns, sob o título “The recent Physics and Chemistry Nobel Prizes, AI, and the convergence of knowledge fields”, onde se defende que o desenvolvimento de polímatas, com recurso à IA generativa, deve ser considerado uma prioridade estratégica, para ajudar a colmatar a divisão existente entre os mais recentes avanços da ciência e as aplicações práticas necessárias para uma melhoria inequívoca e substancial da nossa sociedade.

Os seus autores só se esqueceram, de mencionar que a polimatia poderá ser especialmente importante para tentar compatibilizar, competitividade, crescimento económico e sustentabilidade, vide a este respeito, a menção que fiz num post anterior à frontal oposição ao modelo económico actual, por parte do ilustre Professor da UCLondon, Robert Costanza, que possui o impressionante registo de ter mais de uma dezena de publicações que receberam cada uma mais de mil citações na Scopus, incluindo uma que já foi citada mais de 15.000 vezes, acerca de uma estimativa do valor económico dos serviços ambientais, que à data era superior ao próprio PIB mundial.

PS – No final de cada ano, a prestigiada revista The Economist faz previsões para o ano seguinte. Este ano na sua edição The World Ahead 2025, há um intrigante artigo sobre 10 (dez) cenários hipotéticos, que embora improváveis, não são de probabilidade nula. Como se pode ler, logo no primeiro parágrafo, desse interessante artigo, quem pretende preparar-se para o futuro deve tentar antecipar a ocorrência de eventos que podem ser muito improváveis. E nesse contexto os polímatas poderão adquirir particular relevância, por conta da sua superior capacidade, em lidar com a incerteza associada aos referidos cenários, que no futuro se poderão tornar uma dura realidade.